Existem muitas formas de fazer a boa gestão financeira de uma empresa, seja através do acompanhamento de indicadores, seja através do uso de ferramentas de gestão. No entanto, uma informação é muito importante para otimizar esta gestão: É preciso analisar com a mesma prioridade tanto a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) quanto o Fluxo de Caixa.
Isso porque enquanto a DRE, que é um demonstrativo contábil, retrata dados do passado e relacionados a resultados de meses anteriores, o Fluxo de Caixa é um demonstrativo financeiro que apresenta dados do presente, informando qual é a situação atual da disponibilidade financeira da empresa, através da apresentação do saldo atual de caixa e da previsão de pagamentos e recebimento futuros.
Indicadores financeiros como Faturamento e Margem de Lucro são importantes para mensurar a performance de uma empresa, mas a situação do caixa é que vai determinar a real condição em que ela se encontra, ou seja, se ela tem capacidade financeira para honrar todas as suas obrigações, viabilizar os projetos e investimentos e rentabilizar os seus acionistas.
As empresas não quebram por falta de lucro, mas sim por falta de caixa. Enquanto o lucro é calculado através de dados contábeis, que seguem o regime de competência (se baseiam no mês do fato gerador), o saldo de disponibilidades segue o regime de caixa (se baseia na liquidação das operações de pagamentos e recebimentos).
O principal desafio para garantir a saúde financeira de uma empresa é gerar uma sincronia entre o fluxo de caixa e a DRE e fazer uma gestão de custos efetiva.
Financeiramente falando, uma empresa nunca morre de morte súbita. Uma análise feita de forma antecipada pode sinalizar as dificuldades existentes no decorrer de uma gestão financeira.
Um fator importante para mensurar a saúde financeira de uma empresa é avaliar a situação de sua estrutura de capital, que é composta pelo Capital de Giro (CDG) e a Necessidade de Capital de Giro (NCDG).
Uma empresa saudável financeiramente necessita ter um CDG positivo, ou seja, ela deve apresentar um saldo do Ativo Circulante (Disponibilidades + Valores a Receber + Valores em Estoque) maior do que o Passivo Circulante (Empréstimos + Valores a Pagar).
Além disso, ela também precisa ter um saldo de Capital de Giro maior do que o saldo de sua Necessidade de Capital de Giro, que é composta pelas contas de Ativo e Passivo atreladas à operação da empresa (Valores a Receber + Valores em Estoque – Valores a Pagar).
Caso uma empresa apresente uma NCDG maior do que o CDG ela se encontra em estado de alerta. Isso porque para equilibrar as suas contas, ela precisará captar recursos de terceiros para conseguir custear 100% de sua operação, e isto irá gerar um custo financeiro alto.
A diferença entre NCDG e CDG é igual a diferença entre o saldo de empréstimos bancários e o saldo de disponibilidades de caixa. No mundo ideal, o uso de capital de terceiros através da contratação de empréstimos só deveria ocorrer para a expansão da empresa ou para a realização de investimentos que visam o crescimento da mesma.
Quando uma empresa se encontra endividada ela precisa realizar ações que revertam este quadro urgentemente. Alguns exemplos de ações que ajudam a reduzir a NCDG são a redução do volume de recebíveis, através da diminuição do prazo médio de recebimentos, e a redução do estoque, através da otimização da produção em relação ao volume de vendas.
Pensando de forma estratégica, para aumentar o CDG é preciso trazer dinheiro novo para a empresa. E para diminuir a NCDG é preciso reavaliar a política de prazos (Recebimentos, Estocagem e Pagamentos).
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